A incrível história de Jenson Brooksby, o 1° autista a vencer um torneio ATP

Jenson Brooksby fez história esse mês ao se tornar o primeiro tenista autista a vencer um torneio de nível ATP — um feito e tanto que mostra um nível de superação e resiliência impressionantes.

Mas a história do tenista americano tem muito mais reviravoltas.

Antes de vencer o ATP 250 de Houston, derrotando seu compatriota Frances Tiafoe na final, Brooksby teve que passar quase dois anos fora do circuito — e praticamente recomeçar do zero.

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O jovem de 24 anos foi suspenso por 13 meses por deixar de comparecer a três testes antidopings. Depois que cumpriu a pena e estava pronto para voltar ao circuito, sofreu duas lesões no ombro que o tiraram das quadras por mais 5 meses.

Brooksby só conseguiu voltar ao circuito no início deste ano, mas com uma queda brutal em seu ranking. O tenista, que chegou a ser o número 33 do mundo em 2022, voltou como o número 1091. 

Seu primeiro torneio foi o Australian Open, onde conseguiu entrar usando o ‘ranking protegido’, mas acabou eliminado na estreia por Taylor Fritz. 

A primeira vitória em grandes torneios veio em Indian Wells, dois meses depois. Então número 937 do mundo, ele bateu o italiano Benjamin Bonzi, 62 do ranking. 

Em Houston, ele entrou com um convite da organização para os qualificatórios. Furou as qualis e fez uma campanha histórica, com direito a 5 match-points salvos em três partidas diferentes. Na semifinal, precisou derrotar Tommy Paul, o número 12 do mundo e um dos favoritos do torneio. 

O resultado: um salto brutal no ranking, saindo da posição 507 para a 172 do ranking. Hoje, Brooksby é o 163 do mundo.

“Isso significa o mundo,” disse o tenista depois da vitória. “Era uma das minhas maiores metas desde que me tornei profissional. Significa demais ter meu primeiro troféu. Provavelmente, é a melhor semana da minha vida.”

Brooksby lembrou ainda que teve várias adversidades na vida, fora e dentro das quadras. “Durante o jogo ainda fico nervoso, claro, mas as situações que já superei me dão uma perspectiva diferente, já que enfrentei situações difíceis na vida.”

Diagnosticado com um caso severo de autismo, Brooksby foi não-verbal até os quatro anos e precisou de 40 horas de terapia semanal por um longo período para desenvolver suas habilidades sociais e de comunicação. 

“Minha mãe nunca desistiu e fez tudo o que podia para me ajudar. Eu não estaria aqui se não fosse por ela e tenho muita sorte de ter pais que nunca desistiram,” escreveu ele num post em suas redes sociais.

Brooksby também disse em entrevistas recentes que o autismo acaba sendo seu aliado em alguns aspectos do tênis — mas atrapalhando em outros. 

Segundo ele, o autismo ajuda em momentos de pressão porque permite que ele foque “em dois ou três detalhes específicos muito bem e por um longo período de tempo.”

Por outro lado, o autismo faz com que ele tenha ‘explosões’ quando está perdendo ou se está bravo por conta de algum golpe ou aspecto de sua técnica — algo que ele vem tentando trabalhar com sua equipe. 

A incrível história de Brooksby é não apenas um testemunho da capacidade humana de superar desafios, mas um lembrete de que tudo é possível, independente do ponto de partida. 

“Apoio e compreensão fazem toda a diferença,” disse Brooksby em outra entrevista. “Espero que minha história encoraje outros a perseguirem seus sonhos, independentemente dos obstáculos.”

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