Jannik Sinner abriu o coração num documentário produzido pela Rolex e que foi ao ar ontem (assista ao final da máteria). No vídeo, ele falou sobre seus medos, conquistas e os momentos mais difíceis de sua carreira.
O número 1 do mundo também disse que, apesar da preparação intensa, as dúvidas sempre acompanham sua rotina. “Eu me preparo com consciência para ganhar partidas, mas também tenho dúvidas toda vez que entro em quadra,’ disse ele.
“Sempre quis poder dizer que tinha vencido um Grand Slam, e agora que consegui isso algumas vezes, nunca tomo nada como garantido. Sei que tudo pode mudar rapidamente. É fundamental conhecer a si mesmo, corpo e mente, para tomar boas decisões dentro e fora da quadra.”
Um dos trechos mais marcantes do documentário é quando o italiano relembra o impacto do caso de doping em sua vida. “No ano passado cheguei a Nova York com muitas dúvidas e certo medo de que as pessoas me vissem de forma diferente. A notícia dos testes positivos saiu cinco dias antes e foi muito difícil lidar com isso. Fora da quadra existem coisas que não se pode controlar, mas quando entro em quadra sinto que estou em um lugar seguro,” disse ele.
Sinner também refletiu sobre sua personalidade e sobre o papel que a família tem em sua vida. “De fora pode parecer que sou uma pessoa sem emoções, mas na realidade sou muito sensível. Tenho dúvidas todos os dias, às vezes não consigo controlar a tensão e, em outras, sou duro demais comigo mesmo. Nos momentos complicados penso em todo o esforço que precisei fazer para chegar até aqui, penso nas minhas origens e na minha família.”
O italiano relembrou ainda os sacrifícios feitos por seus pais, que trabalhavam como cozinheiro e garçonete no mesmo restaurante, para que ele tivesse uma infância feliz praticando esportes. Aos 13 anos, decidiu deixar tudo para treinar em Bordighera, a seis horas de carro de sua casa. “Deixei tudo para começar uma nova vida. Lembro do esforço máximo em cada treino, terminava com dores que nunca tinha sentido. Foi nesse momento que percebi a pessoa que sou,” disse.
Por fim, o italiano relembra o momento mais difícil de sua carreira. “No ano passado não fui feliz porque tinha a questão do doping constantemente na minha cabeça. Esses três meses fora da competição aproveitei para passar tempo com minha família e amigos. Se você é feliz fora da quadra, vai render muito melhor dentro dela.”