OPINIÃO: “Fonsequismo” e a linha tênue entre empolgação e desrespeito 

A ascensão de João Fonseca ao posto de ídolo nacional tem trazido muita gente nova ao mundo do tênis — furando a bolha de um esporte ainda pouco disseminado no Brasil e que às vezes é visto quase como um clube fechado.

Num país onde só se fala em futebol, qualquer novo fã de tênis deveria ser celebrado como a conquista de um Grand Slam.

Mas essa enxurrada de novos torcedores está trazendo junto alguns hábitos indesejados — que podem acabar ferindo a imagem do Brasil no mundo (e prejudicando quem a torcida acredita estar apoiando).

Parte dos que se dizem “Fonsequizados” parece não ter entendido ainda os limites da torcida no tênis — e a linha tênue que separa a empolgação do desrespeito.

No Miami Open, a partida de João Fonseca contra Alex de Minaur mostrou uma torcida incrivelmente entusiasmada e buscando apoiar o brasileiro do início ao fim. O que é excelente.

Mas também mostrou episódios de total falta de noção que não deveriam ser tolerados (e muito menos incentivados).

Torcedores gritando entre o primeiro e segundo saque do australiano; comemorando antes do ponto terminar; ou até tentando atrapalhar De Minaur com gritos na hora do ‘toss’ são alguns exemplos do que não se deve fazer.

João não precisa disso. E como muito bem lembrou Fernando Meligeni, pode até se prejudicar com esse tipo de atitude — sofrendo com olhares tortos e a má vontade dos outros tenistas no vestiário.

Os brasileiros precisam aprender que torcer não é sinônimo de atacar e ofender. E que o tênis — um esporte individual que demanda um nível de foco e concentração gigantesco — é muito diferente do futebol, para o bem e para o mal.


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