Depois da derrota de João Fonseca para o francês Terence Atmane na terceira rodada do Masters de Cincinnati, o jornalista José Morón, do site espanhol PuntoDeBreak, fez uma análise interessante sobre as fragilidades do brasileiro — e onde ele precisa melhorar para conseguir se tornar um tenista completo.
O jornalista lembrou que depois de um início de ano de ascensão, Fonseca parece estagnado em seu jogo, repetindo o mesmo erro em todas as partidas.
“Há meses, o brasileiro opta por um estilo de jogo muito ofensivo. Está em seu DNA querer dominar e fazer um tênis de ataque, mas, nos últimos tempos, essa ideia vem prejudicando seu desempenho e, consequentemente, seus resultados, já que ele se afoga em erros não forçados,” escreveu o jornalista.
“Quando enfrenta adversários que se saem bem no fundo de quadra e conseguem colocar muitas bolas em jogo, João tende a perder a paciência cedo demais e acumular mais erros do que deveria. Ele quer bater e atacar a partir de posições, às vezes, muito distantes ou com altas chances de falha. Daí o número elevado de erros.”
Nos três jogos de Cincinnati, por exemplo, Fonseca cometeu 104 erros não-forçados para 70 winners. O pior desempenho foi no jogo de ontem, onde ele cometeu 24 erros e teve apenas 7 winners.
Contra Alejandro Davidovich Fokina foram 36 erros e 22 winners, e contra Yunchaokete Bu, 44 erros e 41 winners.
“Esse jogo de risco, se não vier com mais controle, coloca Fonseca em uma situação quase como se jogasse cara ou coroa, e a sorte nem sempre estará a seu favor. É bom ser ofensivo, mas sempre com controle — buscando uma boa posição no fundo de quadra ou construindo o ponto antes, para aumentar as chances de conseguir o winner ou forçar o erro do adversário,” diz o texto.
Morón disse ainda que é preciso ter outros planos de jogo quando as coisas não saem como o esperado. “Caso contrário, ele estará sempre dançando à beira do abismo e correndo o risco de se afogar em erros não forçados.”