Juan Carlos Ferrero deu uma nova entrevista à mídia espanhola e detalhou um pouco mais dos motivos que levaram a seu rompimento com Carlos Alcaraz.
Segundo o treinador, o rompimento com o número 1 do mundo teve a ver com princípios seus que o novo contrato ia contra.
A entrevista foi dada ao jornalista Javier de Diego, da Rádio Nacional da Espanha.
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“A cada dia que passa, vai sendo assimilado um pouco mais. Apesar de ser uma notícia triste para todos, a gente vai se acostumando com a ideia. As pessoas perceberam o trabalho que foi feito e o legado que fica, então, por esse lado, fico tranquilo,” disse ele.
“Me enviaram o novo contrato, eu não concordava com certas coisas, deixei isso claro e não se chegou a um acordo. Quando voltamos de Bolonha eu não imaginava nada, pelos resultados que havíamos tido. Não tivemos nenhuma briga durante todo o ano, nem com ele nem com o entorno.”
Ferrero prefere não entrar nos detalhes do contrato para não alimentar polêmicas, mas dá algumas dicas dos motivos por trás do rompimento.
“Não havia muitas cláusulas a meu favor no contrato anterior. Eu sou fiel aos meus valores, e havia certas coisas que não pude aceitar por ser como sou, e estou satisfeito por essa parte. Cada um é de um jeito e, quando isso acontece, é preciso aceitar.”
Ferrero disse que ele e Alcaraz ainda não conversaram desde o rompimento.
“Ele precisa estar tranquilo para treinar e deixar o tempo passar para as coisas se acalmarem. Mais adiante entrarei em contato com ele para que fique tudo bem.”
Na entrevista, Ferrero falou ainda sobre Samuel López, que assumiu como treinador principal de Alcaraz e que foi introduzido na equipe pelo próprio Ferrero.
“Quando as relações são muito longas, elas vão se desgastando, por isso a entrada de um segundo treinador era tão importante para renovar as ideias. Nessas semanas de descanso em que Samuel estava com ele, tudo se arejava, e para mim também era bom para voltar com força,” disse Ferrero.
“Quero que a relação continue sendo igual. É verdade que, no começo, o fato de uma das pessoas próximas a você permanecer na equipe precisa ser assimilado. Vai levar um pouco de tempo, mas depois disso tudo seguirá bem.”
Ferrero disse ainda que acha que “Samuel tem bastante experiência para treinar Carlos sozinho. “Quando passar um tempo e ele estiver dois ou três anos seguidos sem descansar, talvez se considere a entrada de um novo treinador para que ele descanse.”
Na entrevista, Ferrero também reiterou que deixa a porta aberta para voltar a treinar Alcaraz, algo que ele já havia dito em entrevistas anteriores, e disse que acha que a Alcaraz não vai perder o rumo nos próximos meses.
“Eu conheço ele bem e ele sabe o que é bom para ele e o que não é. Carlos ama competir, ama jogar torneios e disputar grandes títulos, e não o vejo se cansando do tênis. Daqui a 10 ou 12 anos, talvez, mas agora é exatamente o contrário. Esta situação não é a ideal para o Australian Open, mas, no plano tenístico e de talento, ele está mais do que capacitado para vencer.”










