Andre Agassi está treinando o Time Mundo na Laver Cup, onde está trabalhando diretamente com o brasileiro João Fonseca.
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Numa entrevista ao UOL, o ex-número 1 do mundo e vencedor de 8 Grand Slams rasgou elogios ao brasileiro e disse o que mais o surpreendeu em seu jogo.
“Seu jogo é muito fácil de respeitar e admirar. A potência pura que ele consegue gerar dos dois lados [direita e esquerda], sem fazer esforço algum… Ele pode fazer o mesmo movimento e colocar muita velocidade na bola sem parecer que ele está tentando bater mais forte na bola,” disse ele.
“Sua movimentação é enganosamente boa, mas o que me deixou mais surpreso ao vê-lo em pessoa é sua mentalidade. É um cara que não precisa se sentir validado por mais ninguém. Ele não se sente intimidado pelo ambiente, acredita que pertence, acredita que merece estar ali e quer melhorar. Ele é inteligente, perceptivo e receptivo. Gosto do jeito que ele processa as coisas e isso só vai ajudá-lo a ser sua melhor versão.”
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Na entrevista, Agassi falou também sobre o talento e a mentalidade, dizendo o que acha que pesa mais no sucesso de um tenista.
“Kyrgios tem um talento praticamente inigualável, mas quão confiável ele é como jogador? Alexander Zverev, outro cara que tem um tênis enorme, que parece profissional e focado, mas existe tanto dentro da psique do tenista, nessa tentativa de ser o melhor e realmente chegar lá… falamos de talento, mas nunca se sabe até onde isso pode levar,” disse ele.
“Usemos Pete Sampras como exemplo. Eu o via treinar quando tinha 17 anos, eu já era o número 3 do mundo, e senti pena dele. Eu olhava e pensava que jamais iria longe. Me sentia mal, não ia chegar a nada: era incapaz de bater um backhand, parecia muito preguiçoso, sem cabeça, sua mente parecia estar em outro lugar… e olha tudo o que ele conquistou. Você nunca sabe quem pode conseguir e até onde um atleta pode chegar. O tênis tem um efeito trampolim: alguns o utilizam como impulso e depois não há como pará-los, outros pensam que vão conseguir e acabam se apagando. Esse fator extra, que não se enxerga, é o que faz a diferença.”










