Toni Nadal, o tio de Rafael Nadal e que foi seu treinador por anos, deu uma entrevista interessante, analisando o que ele considera o grande problema do circuito hoje e fazendo uma comparação entre Jannik Sinner e Novak Djokovic.
Na conversa com o La Gazzetta dello Sport, Toni disse que acha que o problema do circuito atual não é o calendário, como muita gente vem apontando, e sim a velocidade da bola.
Sobre Sinner e Djokovic, ele disse que acha que o sérvio “é um pouco mais completo.”
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“Eu diria que o problema do tênis não é tanto o calendário, mas sim que a bola vai rápido demais. Não é uma questão de quantidade, e sim de intensidade e violência do golpe. Já não existem jogadores táticos como [Guillermo] Coria ou [Gaston] Gaudio, que buscavam construir o ponto; agora só se bate forte na bola,” disse ele.
“Quando você bate tão forte assim, quando chega rápido na bola, freia e arranca o tempo todo, coloca o corpo no limite — e acaba lesionando. Acho que seria necessário desacelerar o jogo.”
Questionado sobre como desacelerar o jogo, Toni disse que com raquetes menores. “Seria mais fácil para os inexperientes e mais difícil para os profissionais. O jogo ficaria menos violento. A beleza do tênis está no gesto. Quando jogavam McEnroe ou Nastase, tudo estava na mão, no gesto. O tênis é o único esporte que começa com um pênalti. Se você saca bem, o adversário não joga.”
Apesar do diagnóstico, Toni disse que acha impossível que essas mudanças aconteçam, já que os dirigentes dos torneios só se interessam pelos jogadores do topo do ranking. “Por isso, preferem que tudo fique exatamente como está.”
Na entrevista, o tio de Rafa Nadal também fez uma comparação entre Sinner e Djokovic, dizendo que acha que o segundo “é um pouco mais completo.”
“Sinner tem mais velocidade de bola nos golpes, e Djokovic tem um pouco mais de mão. Eles têm em comum o fato de impor um ritmo alto de jogo e terem um controle de bola excepcional, com movimentos de altíssimo nível. Jannik sempre joga com um padrão de jogo muito definido: ele impõe um ritmo alto para que o adversário não consiga acompanhar.”
